amadurecência.

01:08 Ana Flávia Sousa 0 Comments

Uma alteridade disfarçada
Inquilina de todos nossos risos.     










Estou realmente cansada de teorias e conceitos. Farta de nomear, renomear, designar, denominar, classificar. 
E esgotada ainda mais de me ver cheia de rótulos, colocados por pessoas que nem meu nome completo sabem. Para estas, informo que me chamo Ana Flávia pela minha avó querida, Sousa de mãe, e Silva de pai. 
Deixei de ser tolerante com pessoas que se colocam toda manhã na sua redoma de vidro, e se julgam melhores que qualquer outro ser humano. 
Sinceramente, afirmo aqui que estes seres (de humanos, quase nada), pouco me afetam. Pouco me incomodam. Não mais.  É claro que me deixaram várias vezes diabolicamente raivosa e indignada. Não nego ( e não devo nada a eles também.) O que me faz pensar, é o que fizeram na vida (de bom) para deixar para os filhos e netos? Além de exemplos ridículos de preconceito. Além de ensinar a julgar tudo e todos sem ao menos conhecê-los, sem ao menos sentir como é o calor da sua pele através de um aperto de mão. O que deixarão, quando forem todos para o mesmo buraco cavado por um coveiro qualquer (preto ou branco, homo ou heterosexual, pobre ou rico)?!  Eu lhes informo meus caros, que nada trouxemos para a vida, e dela nada levaremos. A não ser o que for plantado e cultivado na nossa alma.  Espero, deixar ensinado para os meus companheiros desta curta viagem que é a vida,  a maneira  de se sorrir mais bela: De dentro pra fora. Pelo canto da boca. Sorrir enquanto sente cócegas no estômago, pois este está cheio de borboletas. Espero, que meus filhos e netos, se lembrem que enquanto houver distinção entre as pessoas, seja ela qual for, sempre viveremos em risco constante de guerra. Enquanto, a mais gentil atitude é acolher todo ser, como irmãos. Pois é o que somos diante de Um Só Pai. É a mais formidável maneira de se encontrar a paz.  Mas as pessoas que vivem no seu altar particular nunca experimentaram sentir o coração cheio de calor, depois que estendemos a mão à quem no momento estava precisando. Suponho que Deus está totalmente presente na bondade, quanto mais caridosas pessoas somos, mais nos sentimos quentes e protegidas. Parece que o Papai lá de cima, nos presenteia com um cobertor daqueles bem fofinhos todas as vezes que nossa mão é estendida em prol de uma outra vida. 
Acredito que estas pessoas que possuem pedra no lugar do coração (sem taquicardia em momentos de surpresa? Muito triste. ), são trazidas para nosso convívio com um único objetivo: Fazer-nos pessoas singulares! Pessoas que são inevitavelmente obrigadas a crescer e aparecer! 
Mas não se iluda de que logo após enfrentar todos os monstros e terras sombrias para chegar ao fim do Arco-Irís, seu pote de ouro estará a sua espera. Nossa luta é perpétua. 
E muito menos crie fantasias de que os caras que vivem no oratório irão reconhecer seu triunfo, e mais ainda, reconhecer que você não está para brincadeiras, como todos pensavam antes. 
Mas não precisamos provar nada a ninguém, já que as mãos que foram estendidas para nós durante todo o percurso, conhecem o seu verdadeiro ser. Nos vêem através da alma, pura e translúcida. 
À estas mãos devo minh'alma, meu ser e meu coração. E serei eternamente grata, por me deixarem ser apenas a Ana, e a mim dedicarem carinho, afeto e amor. São mãos, braços, pernas e pés que estão ajudando-me a ir cada vez mais a frente. São os que entendem que até os sonhadores têm seus piores momentos, e por isso, é mérito deles conviver com tudo o que possuo de melhor. 
  Emancipação destas cordas dos julgamentos irracionais já. É mais que apropriado, aproveitar que o novo ano acabou de completar 08 dias e começar a observar o próprio umbigo, que não é tão limpo quanto é falado por aí.
Enquanto se está com um saco bem grande de críticas (aquelas que destroem mesmo.) para distribuir, a vida está acontecendo mais rápido do que imaginam. Faremos pois um acordo, eu fico com este saco de maldades, e o substituo pelo meu, repleto de sorrisos sinceros para serem repartidos. Quilos e mais quilos de abraços tão lindos quanto um pôr-do-sol! Diversos vidros com os beijos mais cheirosos que se possa imaginar. O que eu farei com o saco abarrotado de malícia? Entregarei nas mãos do Pai, pois Ele levará junto com toda a tristeza de sua vida, para um lugar que de tão distante, é inatingível. Sabe, o Deus que tu dissimuladamente diz acreditar e ser Dele um servo? Claro, há de se manter as aparências, de que és intocável, de tão perfeito. Se eu não estarei vazia e incompleta enquanto estarás usufruindo de todo o meu melhor?  Resposta negativa. Tudo o que tenho de mais valioso, já está impresso dentro do meu ser... e se renova a cada novo amanhecer. Faça um bom proveito. E multiplique-o. Bondade, trás bondade.
Penso e pondero agora, depois de viver um pouco, mas o suficiente para chegar à drásticas e necessárias conclusões, quem é mesmo que precisa deixar de ser verde, para cair maduro no chão?!  

Ana Flávia Sousa Silva




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