autosabotagem,

19:11 Ana Flávia Sousa 14 Comments

Não sei precisar quando foi que as linhas pautadas passaram a ser um refúgio, mas lembro-me exatamente dos sentimentos que me levavam a recorrer a um caderno A5 amarelado para externar tudo aquilo que me consumia por dentro. Tampouco sei o que é pra ser levado a sério, porque vezenquando a tempestade do nosso copo d'água diário é maior e mais doída que costuma ser. O que sei, é que de repente, tenho treze anos outra vez e estou sentada com a cabeça entre as pernas num chão frio enquanto o mundo gira muito rápido ao meu redor e as lágrimas escorrem rosto afora, sem ao menos pedir permissão. O que sei, é que outra vez sou pequena demais para as dores melancólicas que me atingem e o que me resta é escrever estas linhas tornas, com a esperança de que isto suavize o que tanto grita cá dentro.  Outra vez, aquela auto estima que caiu no chão e aquele choro reprimido no banheiro. 
Não sei precisar quando foi que tudo veio à tona, mas sei que tudo deve ser culpa do amontoado de emoções que me atingiram feito um furacão no último mês. Auto controle, definitivamente não trabalhamos. O que sei é que a previsão é que tudo passe daqui uma semana, que tudo volte a ser flores, que tudo volte a ser leve e que eu volte a acreditar que sou capaz. Que eu pare com essa auto sabotagem e pare, apenas pare.
Não sei porque esperei tanto tempo pra escrever e tentar fechar a ferida. O que sei, é que foi preciso eu voltar. E tomara, que eu nunca mais vá embora. 

De uma tpm infinita e um semestre doído.
Eu não mudei nada. 

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:)