as pitangas de sempre

16:13 Ana Flávia Sousa 14 Comments


Escrever sempre foi o que eu acreditava ser minha vocação, até que a vida aconteceu e vi que há muita gente com esse tipo de talento e eu, com toda certeza, não sou uma delas. Não, não é que estou iniciando um mimimi autopiedoso, eu até acho que sei bordar um pouco e fazer das palavras umas frases bem fofas pro marido, mas não é assim com tudo, sabe? Aos 14 anos eu estava decidida a ser jornalista e assim, espalhar mundo afora minha enxurrada de palavras completamente bem feitas sobre assuntos sempre importantes. Mas está bastante óbvio que essa vida não aconteceu e nem vai acontecer. 

Durante o Beda, li durante trinta dias todo o tipo de texto e muitos deles, sobre temas muito mais relevantes que os que eu consigo expor aqui e fico ai pensando que ainda bem que eu cai de para quedas noutro curso no meio do caminho, porque seria um desastre. Apesar que, ainda guardo no fundo do peito aquela vontade que me fez prestar vestibular para letras alguns muitos anos atrás.

Então, sigo nessa lenga lenga aqui de chorar pitangas sobre ser melhor em tanta coisa que eu quis e não fui, dos sonhos que eu deixei dormindo e nas palavras que continuarei apenas jogando ao vento, mas acima de tudo, sigo apanhando aqui e ali inspirações para escrever esses rabiscos, pra fazer valer a pena uma tarde insuportavelmente quente de primavera e pra dizer que eu continuarei tentando escrever sobre tudo, mesmo que seja com uma qualidade duvidosa e melosa. E vocês, espero que me perdoem. 

14 comentários:

  1. Eu amo blogs pessoais, eu amo poder acompanhar as opiniões, aventuras e simplicidades de uma pessoa que nem conheço e provavelmente nem vou. E eu amo nesses blogs como as pessoas colocam seus sentimentos ali, como se arriscam a falar de coisas "aleatórias" e "sem importância", afinal normalmente são coisas cotidianas da vida, mas acho incrível como essas coisas me tocam, me abraçam e me dizem que não to sozinha. E pelo jeito não só a mim, né?

    Tem vezes que tenho uns surtos e decido que ta na hora de acabar com o blog, cheia de inseguranças, me dou conta que não tenho talento pra escrever, que existe muita gente mais gabaritada e mais talentosa por esse mundo, então pra que eu me meter nessa história? Quem sou eu pra dar uns pitacos? Mas depois me dou conta que é justamente por isso que blogs pessoas são tão especiais, eles não precisam ser feitos com linguagem erudita, eles não precisam ser escritos majestosamente, ou conter informações sobre o mundo, política e coisas ditas relevantes. Ele só precisa sentir (sei que é louco isso, mas é verdade). E por isso os amo tanto, e não desisto de escrever (mesmo sabendo que esse não é meu talento). Sinto isso em você, Ana, sinto seu blog, me identifico, sou abraçada pelo que você escreve, mesmo que pareça, pra você, ser uma grande besteira tudo isso que você digita, não é e nunca será. Desde que venha do teu coração.

    E sobre fazer jornalismo, letras, arquitetura; o bom de escrever é que a gente não precisa obrigatoriamente fazer nada para ser uma escritora, basta apenas sentar e decidir escrever.
    (Não sei se ficou confuso demais, me perdoa, mas é que sou confusa mesmo)
    Beijoss

    ResponderExcluir
  2. Flá, antes de mais nada: que saudade que eu tava de ler um textinho novo seu.

    Olha, eu entendo muito tudo isso que você disse. Aliás, entendo bem mais do que eu queria, mas a vida né, a gente não escolhe essas coisas. Eu meio que cresci com as pessoas me dizendo que eu escrevia muito bem. Na minha família sempre fui tida como a que lê demais e escreve bem pra caramba, meus amigos sempre disseram que eu escrevia super bem e amavam ler qualquer coisa que tinha meu dedo, assim como eu sempre tirei notas altíssimas em redações - tanto na escola quanto no vestibular e, posteriormente, na faculdade. Só que depois que eu fiz um blog e comecei a escrever, não era difícil que eu meio que começasse a pensar que eu não escrevia bulhufas, que tinha gente muito melhor por aí, fazendo um trabalho (???) muito mais incrível que o meu. E tem mesmo, sabe? Eu tenho amigas que escrevem coisas que dão um banho em qualquer coisa que eu tente escrever, mas acho que no fundo sempre vai ter alguém que vai preferir o que a gente escreve, porque tudo acaba sendo uma questão de ponto de vista. Eu e você podemos escrever sobre a mesma coisa e nossos textos podem ser radicalmente diferentes, mas isso não quer dizer que um seja melhor que o outro. Sem querer forçar a barra, mas eu acho que é meio como quando a gente começa a se comparar com outras pessoas de um modo geral: a gente se sente mal, porque o outro parece perfeito e tudo, nossa como eu queria ser linda como aquela menina, sei lá, mas acho que cada um sabe a cruz que carrega. A gente tem que tentar aceitar aquilo que a gente faz e perceber que sim, somos boas assim mesmo. Sempre dá pra melhorar, se inspirar e tudo, mas é importante reconhecer que o que a gente faz não é ruim, que não somos menos ou mais que ninguém - somos só diferentes. E né, pode não ser muita coisa, mas se eu tô aqui, dizendo tudo isso, morrendo de saudade de ler alguma coisa sua, é só porque eu gosto muito das coisas que você escreve e tenho certeza que mais pessoas também gostam e se identificam. Tô aqui, segurando sua mão, tá?

    beijo! <3

    ResponderExcluir
  3. Naaaaaaaana meu amor! Que bom que você voltou! <3<3<3<3 ai que saudades eu tava de ler você!
    Amore como eu te disse você escreve lindamente bem, até sua lista do supermercado deve ser repleta de coisas lindas, deixa fluir, deixa sair do jeito que tiver que sair, sem forçar a barra, sem ficar muito neurótica. Você pode ter certeza que muita gente ama vim aqui e ver uns rabiscos seus, eu sou uma que sempre vai te apoiar e ler qualquer coisa que você escreva.

    To tão tão tão feliz que você voltou <3

    Te amo!

    ResponderExcluir
  4. Me abraça?!?! Sério, fico me perguntando o quanto é relevante ficar aqui "Chorando Pitangas..." no Word ou registrar fotografias que somente gosto... Enquanto a vida acontece a minha anda meio estacionada. Sei lá...

    ResponderExcluir
  5. Primeiramente: APARECEEEEEEEEEEEEEEEEEU NÉ? (Aplausos)

    Segundamente: Eu sempre quis ser jornalista, mas não queria de jeito nenhum parar no jornal impresso. (Contradições da vida). Falo isso tudo, pra chegar em um ponto. Embora você pense que não tem talento para escrever, tenha certeza que você faz diferença na vida de muita gente, olha só: escrevendo. Pois é. É aqui, no blog, mas não subestime isso. Eu amo o jeito como você conta as coisas. Todas as coisas. O jeito como você fala sobre seus pesadelos (Ném e a operação na rocinha são inesquecíveis pra mim), ou sobre uma nova avó que ganhou e que o coração dispara de amor quando vê a fotografia de vocês juntas no canto da sala, ou sobre um balé que assistiu, ou até uma declaração de amor. Fico rindo sem perceber, porque me sinto num sorvete contigo. Às vezes você está exatamente no lugar onde você faz diferença, Anninha. (E nem sabe)

    <3 <3 Que bom que você voltou. (E esperando que seja mais sorrindo do que chorando pitangas). Gosto demais de você.

    ResponderExcluir
  6. NANA EU AMO O SEU BLOG! Sério, eu adoro o jeito que você escreve, os seus textos soam como uma conversa entre você e quem ta lendo, ou como se estivéssemos dentro de sua mente podendo ler parte daquilo que se passa nela. Eu tava morrendo de saudades de um post aqui ): eu ficava me perguntando por onde a senhora andava, porque sentia falta dos seus textos bonitinhos! Por favor, não nos prive de VOCÊ!
    Te adoro <3

    ResponderExcluir
  7. Nana linda do meu coração, sabe que me identifico super com você! E sabe porque são importantes e relevantes as coisas que você escreve? Porque aqui em outro pedacinho desse Brasil imenso tem uma pessoa que se vê em algumas das suas palavras, e tenho certeza que em outro pedaço também! Cada um de nós tem um jeito e um nome, mas lá no fundo temos algo que nos conecta e pessoas cheias de sentimento fazem o favor de deixar evidente essa linha. Sai costurando por aí ou por aqui palavrinhas assim que abraçam como o pessoal comentou. Então é por aí, menina, continua sim escrevendo e não carece desculpas não viu?
    Tem gente aqui doida pra receber seu abraço! :*

    ResponderExcluir
  8. Posso ser super sincera? Nunca é tarde. Talvez não agora, mas em algum momento você pode tentar correr atrás do que sempre sonhou. Eu acabei de entrar no seu blog, mas já gostei muito dele, e você escreve bem. Adorei seu blog, viu? Beeeijos!
    Livros, Amor e Mais

    ResponderExcluir
  9. Eu tô nadando na ressaca do BEDA até agora e também achando que não sirvo pra escrita, só que miga, tô bem pior que você porque EU NÃO ACHEI OUTRO RUMO E FIZ JORNALISMO MESMO, ou seja, ¯\_(ツ)_/¯.
    Fiquei feliz que você voltou - to tentando voltar a duras penas - e trate de ficar, porque adoro ler o que você escreve, vem tudo do coração <3

    ResponderExcluir
  10. Oie! Nossa, eu sou igual voce. Achei que ia dominar o mundo com meu jornalismo e minhas palavras. De repente olhei pra fora e vi que o mundo caminhava muito bem sem mim, obrigada. HAHAHAHAHA Mas sabe, voce realmente escreve bem. e que bom que tens o blog pra focar nisso. Eu realmente gosto de te ler. Beijinhos

    http://www.verdadeescrita.com/por-ai-ainda-existe-saudade/

    ResponderExcluir
  11. Oi, Ana!

    Sabe, quando se trata de escrever, penso que o talento não se resume a uma única linha que define se você é bom ou ruim a partir da sua localização dentro ou fora dela. Quando se trata de talento pra escrever, há uma infinidade absurda de linhas que te levam a milhões de outros destinos e o que define quem é conduzido até lá ou não é muito mais o quanto a escrita tocou o leitor do que um assunto x ou y abordado com maestria ou genialidade, com riqueza de elementos técnicos ou sei lá o quê.

    Claro que há espaço pra muita admiração, porque a gente sempre encontra alguém que supostamente domina certo estilo muito mais do que a gente, descreve exatamente o que a gente pensa mas não consegue exprimir direito em palavras, enfim. Só que isso não anula de modo algum o poder único e deslumbrante que cada um tem de usar as palavras pra tocar o outro.

    Hoje, me senti tocada pelas tuas pitangas lindamente choradas, sobretudo porque compartilho das mesmas lágrimas. Só que de um jeito torto e indeciso, vou tentando encaixar o raciocínio acima como peça de lego e rezando pra que lá na frente tudo se explique e se acalme. A grama do vizinho nem sempre é mais verde, as vezes é só que a luz tá batendo lá no momento que a gente olha :)

    Um beijo!

    ResponderExcluir
  12. Voltamos, amiga! E ta tudo bem. Nem sempre a gente ama o que escreve, mas o importante é não parar de escrever. Tava com saudades. Vamos continuar acreditando que tecemos belíssimas palavras, mesmo que seja só para o marido/namorado.
    Beijos! <3

    ResponderExcluir
  13. A gente escreve pra si mesma e pra um leitor ideal. Mas ninguém tem de soar como um Drummond da vida. E tá tudo bem. ♥ Blogs diarinho estão aí pra isso - e são uma delícia, por sinal.

    Mas essa coisa de sonhar durante a adolescência em ser uma jornalista: é por essas e outras que, no meio do BEDA, me percebi mudando pra Jornalismo. Vou atrás do meu sonho de sempre, mesmo que durante anos eu tenha achado que não era boa o suficiente pra isso. Mas, sabe de uma coisa? Ninguém é, porque ninguém é tão bom quanto aquela personagem perfeita que criamos.

    ;*

    ResponderExcluir
  14. Ana! Tô com a Mia nessa, a gente escreve pra gente. Eu nunca alimentei a ideia de ser escritora, nunca fico confortável com o que eu escrevo, mas ainda assim me sinto bem depois de escrever porque blog diarinho é isso. Eu quero saber sobre as pessoas, do jeito que elas querem contar, e não do jeito que Tolstoi contaria.

    Mas mais que tudo sobre teu post, eu gostaria de comentar o brainstorm que tive agora. Apesar de visitar teu blog desde o BEDA, só agora eu entendi o nome dele. Eu podia jurar que ele era Prato Do Dia. Que que tem de errado comigo? HAHAHAHAHAHA

    Beijão!

    ResponderExcluir

:)