tanta falta,

10:03 Ana Flávia Sousa 11 Comments



"O que a memória ama fica eterno. 
Te amo com uma memória imperecível." 
Adélia Prado


Confesso que fazia um tempo que não parava pra pensar em você e em tudo que representou pra mim, mas faz uns dois dias que chorei por você, escondida debaixo do travesseiro enquanto fazia minhas orações. Chorei porque a saudade vovó, doeu lá no fundo sabe?! Chorei porque me lembrei de quando ganhei um despertador do Mickey da senhora, pra não perder a hora na escola, onze anos atrás. Chorei porque a lembrança pareceu distante. Tentei me lembrar da sua voz cantarolando cantigas enquanto fazia seus afazeres e nada, outra tentativa, em vão. Tentei me lembrar do toque macio da sua pele marcada pelo tempo e de cada ruga que caracterizava seu rosto, mas aí vi que o tempo castigou foi a mim e me roubou outra lembrança tão doce. Abracei apertado o travesseiro esperando sentir seus braços me envolvendo, me cuidando, como sempre foi. Nada. Por que o tempo faz isso vovó? Por que ele se acha no direito de ir apagando gota a gota as recordações mais bonitas das nossas vidas? Por quê? Dói vovó, dói e eu não posso fazer nada à respeito, a não ser me sentar para trabalhar diariamente enquanto olho pelo canto do olho nossa foto juntas na mesa, eu um bebê e você vestindo o sorriso mais lindo desse mundo todo. Esse seu sorriso, que sempre foi a razão do sol brilhar. E tudo em você, que fez com que tudo fizesse mais sentido, fosse mais especial. Sempre foi você vovó, sempre, até que. 
Era você até que de uma hora pra outra, aquele até logo se transformou num adeus pra sempre e o chão que eu pisava já não existia. Vezenquando, quando eu paro pra pensar em tudo, parece que não aconteceu e que quando o portão da sua casa se abrir e aquele barulho característico avisar que alguém chegou, você sairá no quintal, pronta pra abraçar quem quer que fosse. Seu sorriso era abraço também vó, e era o abraço mais macio que já experimentei na vida. Um abraço que só vovó tem, um abraço que tinha gosto de algodão-doce, de fruta fresca, de bolo saído do forno. Sobra tanto espaço agora. Sobra uma casa vazia e uma janela solitária sem sua companhia.
Dias desses eu chorei vó, e chorei por que me não tinha me dado conta de que já havia se passado tanto tempo. Chorei por que há tantas novidades que não tenho como lhe contar. Queria poder me sentar com você lá naquele banco e te contar que me mudei, e que não precisa sentir saudades e que pode me ligar todo dia, como sempre fazia (Esqueceu da vó? Não passou aqui hoje!). E estou quase me formando vó, queria que sentisse orgulho de mim e estivesse lá naquelas poltronas aplaudindo minha vitória ano que vem, na formatura. E tem mais: já já estarei vestida de noiva, lá na Matriz, me casando com o melhor homem desse mundo, e queria muito que estivesse lá pra nos abençoar.Queria MUITO. Queria poder lhe dizer o quanto eu te amo vovó, e me angustia não saber ao certo se te disse isso vezes suficientes, pra que a senhora tivesse certeza absoluta da verdade do meu sentimento por você. Mas a verdade maior ainda, é que acho que há mais presença em mim, do que a sua falta. Todos os seus ensinamentos eu guardei cá dentro e os bordei junto aos valores que aprendi te observando, diariamente. O maior deles talvez tenha sido a vontade de viver sorrindo e esbanjando a alegria que temos por dentro e valorizando essa vida que corre como louca, e a agradecer ao Pai do Céu por cada pequeno detalhe da nossa existência, sempre.  Guardo cá dentro também, a certeza de que aí de cima, sentada numa nuvem-algodão, a senhora olha carinhosamente por todos nós e sorri-abraçando a gente com sua ternura. É bem nessa hora que sinto meu coração se encher de calor, do amor de você.  Por você, pra todo o sempre.

Pra vovó mais doce do mundo, 
que me lê lá do céu.

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:)

as últimas cartas de amor,

10:24 Ana Flávia Sousa 6 Comments






Enquanto me concentro numa leitura incrível, de um romance lindo e triste, você sorri do lado e diz que é porque é bonitinho me ver lendo. Aí as lágrimas antes emocionadas com o romance, agora se misturam com a realidade de seu divertimento, companheiro. Talvez você tenha ganhado meu coração naquele momento em que reconheceu e admirou esse meu vício saudável por esses objetos de guardar histórias, impressas. Talvez, junto com aqueles quatro livros do Nicholas Sparks e aquele cartão de um mês de namoro e bons momentos, já havia mais sentimento do que imaginávamos. O livro pelo qual eu me derretia naquela noite era "A última carta de amor", aonde os personagens principais se perderam um do outro por quarenta anos e se reencontraram graças à uma última carta de amor, perdida num arquivo de um jornal. Bem antes da leitura eu já achava importante te encher da minha escrita amadora, pra eternizar um sentimento que só cresce, cresce. Talvez eu já quisesse garantir que não nos perderíamos um do outro e que nossa história continuaria sendo escrita e mais tarde contada, linda. Aí rabisco bilhetes por aí, envio mensagens no celular, só pra registrar o quanto te quero bem e quase saio dançando e cantando quando é você quem escreve amor e me envia no celular, num meio da tarde. Você, meu anjo, ainda borda lindamente palavras pra me conquistar a cada dia e regou nosso começo de namoro com todas essas cartas de amor, que nunca serão últimas, nunca. E lá no finalzinho, o que mais me aquece o coração, é ler sua assinatura: 'Do seu sempre, sempre seu Gabriel.'  Pra mim, é ali que nosso amor transborda, nessa 'promessa' e certeza de um sempre, sempre juntos. Hoje meu bem, escrevemos nossas cartas de amor naquele olhar demorado, só nosso. Nas dancinhas e musiquinhas que inventamos pra nossa rotina, bregas e lindas. Num jantar preparado com dedicação, numa carona para o trabalho e um punhado de beijos de bom dia, bom trabalho, até mais tarde. Está no cuidado que tem com nossa pequena família, que está só começando. Que nossas últimas cartas de amor se renovem com um novo sms, com um novo cartão e bilhete, dia após dia, daqui a quarenta anos e por toda a eternidade. Que as últimas, nunca sejam as últimas, porque eu serei sempre sua, sempre sua Ana.


De um Desafio Blogueiro e uma apaixonada 
pelo olhar de mar do futuro marido.

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:)

prazer, Pratododia!

10:43 Ana Flávia Sousa 10 Comments





O Pratododia, pobre coitado, anda ora cheio de ideias novas, ora vazio, feito balão de ar. Mas é nessas horas em que a inspiração resolve comprar passagem só de ida pro Triângulo das Bermudas que as amigas lindas nos salvam. A querida Lu Brito indicou o meme  criado lá no Verdade Mal Contada, da Deyse, pra eu responder sobre o blog, então, vamos lá! (:

1. Como surgiu o nome do blog?

Quem nunca ouviu falar na trupe "O Teatro Mágico"?! Se não, faça-me o favor de conhecer AGORA.
São músicas carregadas de encanto e poesia, que vem engrandecer a alma da gente, dia após dia.
O nome do blog veio da música "Pratododia", e resolvi que escreveria forever 'tudojunto' assim mesmo,  que é pra enebriar os olhos de quem lê: É 'Pra todo dia', ou 'Prato do dia'? Depende do seu ponto de vista, amigo leitor.

2. Há quanto tempo o blog existe?

Desde 13 de Junho de 2010. Qua-se três aninhos. Um bebê.

3. Como você divulga o blog?

No começo, não divulgava nadica de nada do blog. Morria de vergonha. Com o tempo, fui me tornando mais segura e passei a divulgar nas redes sociais. Hoje o blog tem até fanpage, chiquérrimo!

4. Quais assuntos tem mais visualizações?

Amor uai. O blog transborda esse sentimento. E as parcerias com a MF também foram vistas por bastante gente.

5. O que te motivou a criar um blog?

Desde sempre gostei de escrever, mas eram rabiscos pra mim mesma, nada com muito requinte. Até que, resolvi que precisava expressar um turbilhão de emoções que corriam na minha veia, e querendo acompanhar a modernidade, resolvi que o blog era a melhor saída. No início, era quase um diário. Aos poucos, a escrita foi melhorando, a preocupação com o que os outros querem ler, com o português certinho.

6. Onde você mora?

Moro em Belo Horizonte, Minas.
Mas nasci lá no interior, lá na 'terra do foguete', Santo Antônio do Monte.

7. Quais são os objetivos do blog?

Nada muito concreto. É uma maneira de deixar a alma escrever e se expressar. Sem cobranças, naturalmente. Foi assim desde o início, e foi assim que a blogosfera me presenteou com muita coisa boa: Novas amizades, amadurecimento, descobertas e 'talicoisa' - que foi uma descoberta roubada amigo gaudério Ton -  entre outras cositas.

8. Quais são os blogs que você visita frequentemente?

Os que estão ali do ladinho. Sempre que tenho um tempinho passo pela lista e vou me atualizando.

11. O que te inspira a criar posts?

Coisas do dia-a-dia. O amor do namorido, uma música, a árvore que vejo da janela do trabalho, um dente de leão roubado do asfalto.

10. Qual a sua idade?

Vinte e um anos até o dia 22 de março.

11. Além do blog, tem alguma ocupação? Se sim, qual?

Estou cursando o sétimo período de Arquitetura e Urbanismo, à noite.
Faço um estágio na área de Engenharia Civil de manhã, e outro na área de Arquitetura à tarde.

12 . O que mais gosta de fazer no final de semana?

Viajar pro interior pra rever a família e os amigos. E, passar os dois dias em frente à televisão assistindo a muitas séries e filmes, com direito a vinho e carinho do namorado.

13. Gosta de café?

Completamente viciada.
Aqui em Minas é: Gosta de 'cafézin'?

14. Pretende fazer algo para o blog em 2013?

Me dedicar mais a esse espaço. Conquistar a disciplina de postar regularmente, talvez diversificar os temas.
Trocar a roupa - já em andamento -  e escrever, escrever, escrever.



 - Indico pra responder ao meme: 
EmiTon e Ariana.  - 








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