post-its e outras rotinas,
- em parceria com a doce-de-amora, Maria Fernanda
Amanheceu.
O despertador é quem diz insistentemente. E ainda me diz que é preciso sair da cama quente, na manhã fria e chuvosa e ir à luta incansável do dia-a-dia. O despertador cantarola (ou grita apenas) que todo dia é dia de deixar a preguiça no armário e sacudir a poeira da motivação e ir estudar, trabalhar, sorrir mais um pouco, descobrir coisas novas e até, quem sabe, ensinar algo a quem tanto já sabe. Os dias, que na agenda nova de desenhos coloridos, correm sem parar em meio as minhas anotações aleatórias e post-its sem fim.
A gente leva e releva essa vida de rotinas incessáveis e atropelamos o tempo antes que ele nos atropele. Apesar de, a gente sorri e grita pro céu, como se um simples olá fosse mesmo capaz de assustar as nuvens e fazer o sol pincelar o manto de azul anil claro e convidativo, nos enchendo de falsa-euforia. Suficiente só para conseguir virar as páginas da agenda colorida. Suficiente para engrandecer no trabalho e crescer na vida. Suficiente para repor as energias enquanto vivemos dançando conforme a música, até que chegue a hora da música tocar conforme a gente dança.
Aí a gente entardece, como se fôssemos sol-coreógrafo de um ballet com nuvens cor-de-rosa-algodão, num cenário amarelo-ouro-alaranjado. Lindo. E fica uma pontinha de sensação de dever cumprido, enquanto no pote de expectativas, fica um dedo a mais de empolgação para o dia seguinte que nem acordou. Dormiu. Mentalmente, a gente alimenta a mania de listar tudo que é importante (ou não) e vai riscando o que foi feito, e sonhando com o que ainda vai demorar a acontecer. É a aquela história, de que um dia a gente dança a música, noutro, a gente toca ‘pra ver a banda passar, cantando coisas de amor.’♪♫
Amanheceu.
O despertador é quem diz insistentemente. E ainda me diz que é preciso sair da (...)
16 comentários:
:)