ser leve,

14:30 Ana Flávia Sousa 19 Comments







Da janela da mesa de trabalho, fico observando as árvores ali da rua de nome de estado brasileiro e o vento brincando de dança com as suas folhas, uma a uma, que caem amareladas e tímidas no asfalto de mais de trinta graus, aí, de repente me bate uma vontade de leveza, de dente-de-leão, de virar sopro, poesia pura. Pudera eu, viver assim o tempo todo, assistindo dança bonita, sentindo o vento se enroscando pelas ondas douradas dos cabelos longos e feito música que embala sonhos, f-l-u-t-u-a-r caminho a fora, sem esse disse-me-disse de cidade grande. 
Da janela, vejo um pedaço de céu que em tarde de sol a pino me parece mais um bordado, com essas nuvens aqui e acolá salpicadas nesta imensidão azul. Mais parece algodão, colchão pra sonhar e ler tudo que é história bonita lá de cima,  feito borboleta multicolorida. Quisera eu ser passarinho, ter o dom de cantar, encantar, bailar com o vento... voar.  Quisera eu ser vento, brisa, ser pluma... ser melodia que se ouve em silêncio, tirar tudo que é pesado do bolso e ser leve, e só.  Quisera eu ser dente-de-leão, voar de cabeça pra baixo e mais nada.




Um amontoado de palavras 

e sentido algum. 

Urgência sufocante de brisa, 

de vento. 
Realidade demais pra tanto sonho. 



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:)

uns versos, e só.

14:51 Ana Flávia Sousa 13 Comments








brisa de inverno, eterno. um rodopio no ballet, a dois, maré. 

um amontoado de escritos de memória, e só. de saudade, de história.
um cheiro no travesseiro, corriqueiro, o suspiro em letras, derradeiro.
uma prenda, merenda, emenda, venda de rendas de bolas de sabão. 
o que é segredo, bordado de medo, rochedo, enredo de paixão.







 versos que são,
versos que foram. 
verso que é. 
e só.

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:)