não tanto.

11:55 Ana Flávia Sousa 18 Comments




Não me ame tanto by Karina Buhr on Grooveshark
Não me ame tanto assim meu bem, pro seu bem, pois não vê que essa história de ser assim, ao pé das letras, tá virando monomania, pois cada escrito aqui é seu, pra você. Mas não, não se assuste com essa mania de você e não se afaste quando um mau-humor acordar junto com meus olhos e cabelos desgrenhados ao lado, após o despertador interromper a calmaria do sono dentro do seu abracinho. E ainda, não se chateie quando este humor azedo perpetuar durante o resto do dia e repelir suas tentativas de aproximação, por razões bem bobas, bem infantis. 
Costumo ser melodramática demais, com os olhos prestes a transbordar em chuva e nem sempre a culpa será sua, então meu amor, não me ame tanto, tanto assim... 

Não me ame tanto, pois vezenquando uma insegurança baterá a minha porta e precisarei desse seu pulso-palavra-firme pra colocar meus pés no chão, pra colocar um pouco se confiança nesse meu pote vazio. E ainda, outras vezes farei cobranças: o romantismo que esfriou, o texto que não leu, o jantar que não elogiou e o beijo que não deu, mas não se zangue.  Vez ou outra a instabilidade me pega de jeito sabe, fico sensível demais, nervosa demais, exigente demais, mas saiba sempre, que no fundo o que quero é te dizer o sim, na rua, na chuva, na fazenda, não importa mesmo. 
Não meu amor, não me ame tanto, pois já não sei escrever nada bonito pra te oferecer, fico na mesma ladainha, escrevendo mentalmente enquanto assistimos um filme,  e você já nem lê. Não me ame um tanto certo, me ame um tanto a mais a cada dia. 


mais um tema,
dessa musiquinha,
pro desafio da semana.



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:)

zumbilandia

22:28 Ana Flávia Sousa 8 Comments



Uma história de amor, ah! o amor... by Clarice Falcão on Grooveshark


Devo confessar, sempre fui medrosa, sempre. Desde bem pequena quando corria espantada para a cama dos pais, pedindo colo e proteção contra tudo que era bicho estranho que aparecia nas paredes do quarto, debaixo da cama, ao lado do travesseiro. Tenho medo, e me derreto como manteiga só de pensar em sinais de coisas de outro mundo vindo em minha direção. Vivo apavorada, em busca daquele abracinho que protege contra qualquer vestígio da zumbilândia que habita minha mente, tão cheia de loucuras... Você vive achando graça dessa minha mania de acreditar em tudo que é fora do comum, de sair correndo de pavor do escuro, de te pedir auxílio, exílio dentro do teu peito, tão seguro. Você vive às risadas enquanto quase choro com o horror que é sonhar com o filme cheio de sangue e suplico que não me assuste ainda mais com brincadeiras e sons de monstros. Tenho medo, sou covarde... Talvez seja culpa da imensa ansiedade, de uma proteção de criação, mas o fato é que ficar sozinha é o que mais me assusta. Sentir lágrimas gotejando no colchão sem ter uma mão entrelaçada na minha, sem o boa noite-canção-de-ninar-sonhos-bons chegando calminhos aos meus ouvidos nervosos... Sentir vontade de fugir aterrorizada e não ter um abracinho de guarda me segurando, é disso que tenho medo e por isso é pr'aquele colo que sempre correrei quando os zumbis da vida real estiverem atrás do meu sorriso, por que ele é só seu, guardei no seu peito, meu porto-seguro...


(Para acompanhar o tema sombrio, a mu-si-qui-nha fofa da Clarice!

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:)

compositor de uma música só

19:46 Ana Flávia Sousa 6 Comments






Uma bagunça crescia ao redor das coisas, dos livros, das roupas no armário. Papéis de cores submersos em uma e outra pilha da revista mensal e minhas mãos ligeiras ansiando liquidar os quilos de poeira sobre tanta coisa ali, até que os olhos mais ágeis encontraram aquele monte de envelopes. Papel de guardar recordação, de enviar abraços e beijos por debaixo da porta, porta-carinho que vem junto a um presente, coladinho nas flores. Meus olhos tocaram o papel bordado com a letra daquela música que fez pra mim, presente de aniversário, cantiga de roda pro coração.

Passei a tarde cantarolando a musiquinha feita de amor, mentalmente, lembrando o ritmo que cantou pra mim naquele meu aniversário, depois do almoço no restaurante preferido, e me apaixonei outra vez mais. Havia um recado escrito no verso, palavras bonitas, bem escritas como são as suas, as li uma por uma enquanto enchia o peito de emoção, e os olhos marejados de afeto líquido gotejavam na folha, tão bem escrita, tão bem guardada, assinada pelo meu compositor de uma música só. Mais encantador que a música, é ser a musa de uma canção só, de um coração só, só meu, só nosso. Tão amor.

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