é mar, maré
Deixo o rio passar tão voraz, veloz.
O Teatro Mágico
Bem distante de qualquer calmaria, o ambiente marítimo que tenho oferecido quase sempre é este de maré alta, onde minhas palavras andam naufragando, vezenquando atitudes perdidas entre os corais da mesmice. É culpa desse melodrama mexicano que corre nas veias, desse momento frágil de mulher, dessa velocidade dos ponteiros do relógio, desse calor que repele abraços, desse cansaço que dorme antes do beijo, dessas frases desviadas do ouvido, dessa pessoa que aqui redige: criminosa. Ando fazendo bagunça, arruaça e até vandalismo por miniaturas de problemas, reclamando demais. Adquiri seu ombro amigo por usucapião, fiz morada, jardim com as cercas branquinhas e você me cedeu grande parte da sua paciência outra vez. Escrevendo aqui meu rosto se enrubesce de embaraçamento só de pensar o quão patética estou sendo por ciumes tolos, carências infelizes e cobranças estúpidas, perdoe-me por tudo isso. Engraçado que você possui ciência de espantar toda minha bravura, tira toda minha armadura me pedindo pra ficar seriamente com raiva, sem sorrisos e covinhas a mostra, não resito: meu riso é fácil demais contigo. Estranho meus olhos transbordando água salgada a todo momento, é essa mania de ser a ferro e fogo e precisar sentir tudo como é: intenso, então perdoe a exagerada jogada aos seus pés. Definitivamente eu sei o quanto posso ser melhor e te surpreender, mas você é sempre mais ágil, suas rosas vermelhas, seus cartões escritos a mão, seu dom pra cozinhar pro leão que mora na minha barriga, seus mimos, seu carinho, seu cuidado, aconchegos pro meu coração. Perdoe-me pelo tempo lento para melhorias aqui e ali, minhas ondas vêm severas muitas vezes, eu sei, mas olha aqui nos meus olhos: elas vêm pra você com todo amor dos sete mares.
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:)