sou a ré.
Então tá bom, vem cá e me ajuda a colocar estes pingos em todos os is que existem neste mundo, que de tão moderno continua antiquado. Vem cá e me diz por que me enganei acreditando que existia valores mais importantes que cultivar a história de que a união de dois corações, é coisa que aqui se deve aqui se paga. Queria muito saber aonde foi parar o orgulho sentido durante tantos anos que deu lugar a dor dilacerante de agora. Movimentos femininos e a luta por direitos, insignificantes. Achei que regras existiam apenas para dar espaço para as exceções. Sim, achei que era exceção. Quase arqueozóica, uma primitiva assumida, hoje extremamente decepcionada com costumes que nada acrescentam a um mundo tão moderninho, complicam, destroem. Machucam. Inscrições abertas para vasculhar vida alheia e julgar o errado. O certo não merece lugar no placar deste juri. Telhado sem vidro. E nós, ingênuos, permitimos esta exposição em massa. Concordamos em ser marionetes. Deixamos que o nada de humilde desejo de perturbar alheio (opinião), concretize o objetivo único: Incomodar. Uma preocupação aguda de agradar a quem pouco importa com nossa felicidade. Não quero. Com este tamanho todo, costumamos crescer em maturidade também, por mais incrível que possa parecer. Mais incrível ainda é que fora desta modinha atual que sou, amante assídua de passados belos, antiquários, sebos e brechós, fico escandalizada com atitudes tão pequenas diante dos verdadeiros tesouros que possuímos em nossa vida. Por mais que quisesse passar uma Meia Noite em Paris e reviver as épocas mais encantadoras da história, Belle Époque, é difícil acreditar que a evolução acontece apenas no papel, a prática continua estática naquele tempo em que o lençol deveria ser mostrado após o Sim. Patético. Tantos acontecimentos transformados em maturidade guardados na bagagem. Tanta lição tirada de tantos livros lidos. Tanto respeito aprendido, repassado, vivido. Tanto amor doado, trocado, sentido. E o único resultado que parece ser esperado é aquela bonequinha de cristal que a sociedade adora julgar. Por pensar um pouco diferente do que julgam certo. Por seguir tão fielmente seus sonhos e seu coração. Ré. Poxa, sou tão maior que isto. Somos. Gigante em nossas convicções, sonhos e realizações. Agora vem cá e me responde porque estas pessoas também não cultivaram aquele valor de se casar por amor, como antigamente? Porque estas mesmas pessoas se tornaram tão egoístas, que quando pensam em dividir uma vida com outra pessoa, não há mais espaço. O ego era grande demais. Me diz porque não existe mais essa história de construir sonhos em conjunto? Essa de sonhar junto pra se tornar real? Me diz porque família hoje é investimento, e filhos custam caro. Me diz então, como era possível naquela pobreza de tempos atrás se criar dez, quinze e até vinte filhos? Sabe o que é? A época do superego. A época do: Sou melhor que você. Sabe, se quer cultivar valores de antigamente, cultive os mais importantes. Porque somos melhores e maiores internamente, com atitudes tão nobres e puras que superam qualquer dor no peito, qualquer decepção. Cultive amor. Viva amor. Divida amor.
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:)